Empresa fatura R$ 150 mil ao mês produzindo móveis de papelão, móvis reciclaveis, ecológicos

Há mais de 50 opções de objetos, incluindo mesas, cadeiras e até lustre.
Tudo é feito com dobraduras e encaixes e dispensa o uso de cola.

Cada vez mais a sustentabilidade desperta o interesse dos consumidores e mais empresas investem em produtos com conceito ecológico. É o caso de uma fábrica que produz móveis de papelão. As peças são fáceis de montar: tudo é feito com dobraduras e encaixes e dispensa o uso de cola.

Os empresários Daniela Bueno e Marcello Cersósimo fabricam móveis de papelão. A ideia surgiu em 2003, após uma viagem da empresária à Europa. De lá para cá, foram anos de pesquisas. No início eram feitos apenas banquinhos e cadeiras, até que a preocupação ambiental dos brasileiros fez o negócio ganhar um novo fôlego.   

“É um mercado muito mais consciente do consumo. O que eles querem fazer quando eles consomem e depois, quando eles não querem mais”, diz Daniela Bueno.

“Ainda não está na cultura do brasileiro essa coisa de reciclagem, de sustentabilidade. De dois anos para cá, a coisa melhorou muito, mas a gente ainda está engatinhando. Precisa ainda muito tempo para a coisa ficar boa”, comenta Marcello Cersósimo.

O papelão usado para a fabricação de móveis é mais resistente que o comum. E hoje são feitas mais de 50 opções de utensílios, incluindo sofás, cadeiras, mesas, estante e até lustre.

Os empresários terceirizam parte da produção numa fábrica que fica em Arujá, na Grande São Paulo. No local, é feito o corte e vinco do papelão. E uma máquina deixa o material na medida certa para a montagem. 

O papelão cortado vai para a empresa em São Paulo, onde tudo é checado. A montagem é feita apenas com a dobradura do papelão. Nada é colado ou grampeado.

“Isso aqui é o tampo de uma mesa e o segredo da resistência dela é justamente a engenharia. Uma folha só não tem tanto resistência, então a gente dobra ela. Nesse caso aqui são três folhas dobradas e é isso aqui que vai dar a resistência do tampo da mesa. No final dela dobrada ela parece uma madeira. Fica bem resistente”, explica o empresário.

No showroom, uma das peças que mais chamam a atenção é a cadeira. Há modelos bem resistente, que suportam até 120 quilos.

A empresária Daniela Bueno garante que os móveis de papelão têm uma boa durabilidade, só é preciso cuidado com a umidade. Outra vantagem para o consumidor é que a peça é reciclável.

“Você está com a tua consciência supertranquila. Eu acho que é prático, é funcional, é leve, é tudo isso que hoje em dia a gente quer na vida da gente”, argumenta Daniela.

A empresa também trabalha com uma linha infantil, que inclui berço, mesinhas e cadeiras para as crianças.

Os preços são bem variados. As mesas custam a partir de R$ 60. Já a cadeira sai, em média, por R$ 75. Quem preferir uma poltrona, encontra um modelo de R$ 335. O faturamento da empresa é de R$ 150 mil por mês.

Sonia Umburanas é cliente da empresa. Ela montou o quarto do filho de dois anos com os móveis de papelão. São cadeirinhas, mesa e armários. Gastou R$ 500. “A criança, normalmente, sai correndo, se bate muito e esses móveis não têm esse problema. Ele não tem problema de prender o dedo nas gavetas. Então esse foi um fator muito importante para mim, a segurança dos móveis”, diz.

A indústria de móveis no Brasil reúne mais de 15.400 empresas. Deste total, mais de 3 mil estão no estado de São Paulo. E apesar de a linha ecológica ainda engatinhar no país, os empresários Daniela Bueno e Marcello Cersósimo estão confiantes no mercado e acreditam que este será um ano de bons negócios.

“A nossa intenção é continuar dobrando por ano esse faturamento tanto na parte econômica como no volume de peças, na diversidade de peças, porque é isso que faz o diferencial e aí a gente consegue atender qualquer tipo de gosto”, conclui o empresário.

Fonte: PEGN - G1

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