Quatro passos para ganhar o mundo com uma empresa familiar
Por Igor Tasic
Por Igor Tasic
Conheci recentemente uma pequena empresa espanhola que fabrica móveis
nos arredores de Valência. Acredito que sua história pode servir como
exemplo para os desafios que enfrentamos na hora de internacionalizar um
negócio familiar. A trajetória do empreendimento é típica. Fundada pelo
patriarca há dez anos, foi se expandindo nacionalmente, até que os
primeiros pedidos do exterior começaram a surgir. Aos poucos, os filhos
foram assumindo a operação. Hoje, apesar de ainda ser uma pequena
empresa, a fábrica pode ser considerada global. Conheça aqui os quatro
passos seguidos por eles para conseguir sucesso na internacionalização.
1. Colocar processos e gestão acima de tudo Com
experiência anterior em grandes empresas, o fundador da fábrica
espanhola sabia que, para competir em um mercado tão competitivo, era
preciso organização. Usou sua experiência como diretor industrial para
montar uma pequena empresa com processos bem claros. Do mesmo modo,
direcionou seus filhos para assumirem áreas complementares do negócio.
2. Manter o foco em um nicho de mercado É impossível
agradar a todos, especialmente em um mercado global, onde fica mais
difícil conhecer os gostos e preferências dos clientes. Por isso, o
empreendedor decidiu lançar poucas linhas de móveis de alto design e
atingir um público que se identifica com esse estilo. Com um foco mais
premium, alcançou uma margem superior em seus artigos, sem precisar
investir tanto na expansão da fábrica.
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3. Garantir a qualidade do produto Desde o começo, o
empreendedor sabia que precisaria ter um grande produto para concorrer
internacionalmente. Fez questão de se alinhar com as principais
tendências de design, definindo linhas de produto simples, mas altamente
desejadas. Adicionalmente, usou uma estratégia perspicaz para o
lançamento de produtos: o redesenho de peças consagradas nas décadas de
50 e 60, cujas patentes de exclusivadade já haviam expirado. A inovação a
partir da reinvenção foi um tiro certeiro.
4. Apostar na flexibilidade e na customização Como não
poderia competir com gigantes internacionais do setor, o empreendedor
adotou uma estratégia de atendimento que garantia ao cliente levar para
casa exatamente o produto que queria. Ele se dispôs a alterar o pedido
conforme a demanda do consumidor. Pelo fato de ser uma pequena fábrica,
essa adaptação era possível. Dessa forma, conquistou clientes no mundo
inteiro. Mesmo que seja para enviar uma poltrona para os EUA ou um pufe
para a China, o empresário prefere vender menos unidades (e ter uma
receita menor num primeiro momento), mas acumular experiência no
atendimento a clientes do mundo inteiro, com gostos e necessidades
distintos. O aprendizado que vem com essa experiência é único,
garantindo uma vantagem competitiva para a empresa e as bases para
expandir o negócio no futuro.
A história dessa pequena fábrica nos faz lembrar que, mais do que focar
no processo de exportação ou nos mercados mais quentes para expandir, o
que realmente importa para internacionalização de um negócio são quatro
elementos: paixão por um produto de grande qualidade, foco em um nicho
de mercado, processos claros e ótimo atendimento. Feitas essas lições de
casa, o empresário dispõe de bases sólidas para conquistar o mundo.
Fonte: PEGN / Foto: G2 captura
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