Depois de perder R$ 25 mil na tentativa de abrir uma franquia de
decoração, Patrícia Calderon decidiu abrir uma própria empresa, a
Calderon Décor
Difícil mesmo é encontrar um empreendedor que nunca se questionou:
"estou mesmo fazendo a escolha certa ao abrir uma empresa?". Da
burocrática lista de documentos e registros exigida pela legislação até a
falta de apoio de familiares e amigos o que não faltam são motivos para
chegar até esse momento fatídico de dúvida.
Na maior parte das vezes, a resposta vem de um jeito quase instintivo.
Veja bem, o que diferencia o sujeito que nasceu para brilhar atrás de um
negócio daquele que desiste no meio do caminho é a vontade de fazer dar
certo. "É um friozinho no estômago que te impede de dizer não. Não
importa o quanto complicado esteja, você persiste", diz Patrícia
Calderon, fundadora da empresa de decoração Calderon Décor de Fortaleza
(CE).
Patrícia tem conhecimento de causa. Nem bem ela havia resolvido deixar a
carreira de jornalista em segundo plano para se tornar empreendedora,
os problemas começaram.
Fazia algum tempo que ela já namorava a ideia de ter sua própria
empresa, mas foi só em 2013 que ela decidiu mesmo tornar seu sonho
realidade. Escolheu a área de decoração para atuar por sempre ter se
interessado pelo assunto. E, depois de pesquisar sobre o mercado, optou
por abrir uma franquia. "Como o modelo de negócio vem praticamente
pronto, achei que teria menos chances de dar errado", diz. Não foi bem
assim que as coisas aconteceram.
Patrícia encontrou uma companhia que atuava no segmento de pufes. "Os
produtos eram coloridos, bonitos. Achei que ia gostar de ter uma loja
com esse perfil". Além disso, os valores pareciam atraentes - o valor
total do investimento saia por R$ 50 mil. "Eu podia pagar com as
economias que havia feito ao longo de minha carreira como jornalista".
A empreendedora entrou em contato com a empresa e, em seguida, alugou
um ponto comercial em um shopping na cidade para abrir seu
empreendimento. Ela só percebeu que havia algo de estranho com a
franqueadora depois de já ter pagado por metade do valor da franquia, R$
25 mil, e ter recebido parte dos produtos. "Decidi investigar o
passado da empresa e descobri que ela estava respondendo a 82 processos
por estelionato".
Patrícia logo telefonou para seu advogado para ver como poderia
cancelar o contrato. “Ainda bem que eu ainda não havia aberto a
franquia, senão teria sido mais complicado”. Apesar de ter conseguido
acabar com o acordo, ela não conseguiu recuperar o investimento que já
havia feito. "Era um dinheiro que eu passei bastante tempo juntando. Era
o dinheiro para abrir o meu negócio", afirma a empreendedora. Hoje, ela
espera a resposta de uma ação judicial que abriu contra a franqueadora.
E o que fazer com o ponto alugado no shopping de Fortaleza? Como havia
fechado contrato de um ano, se Patrícia decidisse cancelar tudo teria de
pagar uma multa igual a dois anos de aluguel. "O shopping começou a me
cobrar uma posição e eu não tinha ideia do que fazer. De tanto
desespero, sentei e chorei sem parar uma noite toda".
Foi quando sentiu aquele friozinho no estômago que dizia para ela não
desistir. Com o restante do dinheiro que havia sobrado de suas
economias, ela decidiu comprar almofadas de um fornecedor para vender
junto com os itens que a franqueadora havia entregado antes do
cancelamento do contrato. "Da noite para o dia nasceu a Calderon Décor".
O negócio foi inaugurado em janeiro de 2014.
Hoje, Patrícia vende apenas almofadas que ela própria fabrica e fatura
cerca de R$ 25 mil por mês. "Ainda estamos no comecinho, mas com
projetos grandes para o futuro." A empreendedora pretende começar a
vender seus produtos também no atacado para grandes lojas de decoração.
"Com isso, o faturamento da Calderon Décor pode chegar a R$ 1 milhão
este ano", diz.Almofadas produzidas por Patrícia para a Calderon Decor (Foto: Divulgação)
Fonte: PEGN - G1
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