A Marvel estava à beira da falência, mas 4 pontos ajudaram a empresa a dar uma virada:
A oferta de U$4 bilhões da Disney Company para comprar a Marvel
Entertainment, Inc é a apoteose da fuga de um desastre que se compara às
aventuras mais arrepiantes do Homem-Aranha.
Quando a líder mundial em histórias em quadrinhos, um meio em
decadência, entrou em falência em 1996, apenas alguns legalistas
visionários enxergaram um futuro viável – imagine então um caminho para
manter a liderança e alta rentabilidade. No entanto, como descrito há vários anos em meu livro Unstoppable (HBP,
2007), esta reencarnação não é tão única, mas segue o padrão de quatro
partes que descobrimos na Bain & Company em vinte anos de análise de
transformações bem-sucedidas.
As quatro partes são:
1. O imperativo de um core business forte e diferenciado:
A renovação da Marvel se baseava não em se jogar em novos mercados
quentes ou em novas tecnologias, mas na reaplicação dos ativos mais
fortes da empresa em seu cerne: em sua base de clientes fiéis, em seu
portfólio de 5000 personagens, sua biblioteca de 30.000 histórias
testadas no mercado e sua marca. Estes foram os elementos que fizeram da
Marvel uma força dominante na sua melhor forma, e estes são os
elementos capazes de rejuvenecê-la.
2. O valor de seguir os “rios de dinheiro”:
A
rentabilidade no mundo do entretenimento mudou drasticamente de curso,
dos canais (como estações de rádio ou revistas) para os proprietários de
conteúdo e de analógico para digital. A estratégia da Marvel segue essa
tendências que visam o lucro.
3. O poder de uma fórmula replicável no core:
As
transformações estratégicas de maior sucesso não são aquelas que
encontram uma grande oportunidade singular, mas aquelas que encontram um
jeito replicável para tirar os elementos mais fortes de seu core e
aplicá-los cada vez mais a novas situações.
Isso é essencialmente verdadeiro no caso de fluxo de filmes, jogos,
iniciativas de produção própria, e até mesmo tratamento de personagens
individuais da Marvel (por exemplo, os Homem-Aranha I, II, III ….). As
grandes e duradouras renovações como a estratégia de música da Apple ou o
rejuvenescimento da P&G revelam esta lição também.
4. O potencial latente de ativos ocultos:
Nós
descobrimos que 90% dos retornos estratégicos foram impulsionadas, em
parte, por recursos no core business original quando ela estava em
melhor fase, sendo adaptados a um novo ambiente e assumindo um valor que
não tinha sido previamente reconhecido.
Foi o caso do negócio de serviços da IBM que levou à sua recuperação,
ou do negócio automotivo da Harman Kardon que alimentou a sua renovação,
e até mesmo de diferenciação de interface no software da Apple, além de
sua jovem e leal base de clientes.
Muitas vezes, descobríamos, as empresas estavam com as cartas certas na
mão, mas nem sempre sabiam como jogá-las na mesa – ou, por limitações
organizacionais, foram impedidas de agir até o ponto que se tornou tarde
demais.
Tão surpreendente quanto parece, a lição fundamental da Marvel, e
outros como ela, é que a coisa mais importante de tudo é consciência
sobre seu core business. No entanto, por vezes, é também a visão mais
difícil de todas – mesmo que possa estar bem na frente de nós.
Fonte: Da Endeavor Brasil / Fotos: Divulgação.
Postado por: Dicas de Negócios PME e Portal G2 - http://portalg2.com.br
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