Para o norte-americano Jonah Berger, o meme do gatinho ou a corrente do WhatsApp não chegam até você por coincidência...
Jonah Berger, o professor de marketing na Universidade da Pensilvânia, nos EUA (Foto: Estadão Conteúdo)
O meme de gatinho ou a corrente no WhatsApp não chegam até você por coincidência. Por trás de todo esse conteúdo “viral” -- nome dado ao que se dissemina rapidamente nas redes sociais -- há uma ciência e uma fórmula em comum entre todos eles. É isto que afirma Jonah Berger, professor de marketing da Universidade da Pensilvânia e autor do livro Contágio: Por que as coisas pegam, que discute o fenômeno da viralização na web.
“Não é por acaso ou sorte que conteúdos viralizam na web”, disse Berger ao Estado. Ele vem ao Brasil no meio de agosto para um evento organizado pela startup mineira Hotmart. Segundo ele, seis fatores determinam o sucesso de um meme, de um texto ou de uma foto publicada numa rede social. “Um conteúdo pode se tornar viral com todos estes fatores reunidos”, afirma o especialista.
Ao Estado, Berger explica um pouco mais sobre os fatores por trás dos memes e como será o futuro dos conteúdos que viralizam nas redes sociais. Abaixo, confira os melhores trechos da entrevista:
Como e quando você começou a estudar conteúdo viral?
Jonah Berger: No começo dos anos 2000, quando eu cursava a graduação na Universidade de Stanford, queria saber porque algumas notícias e textos “viralizavam”. Naquela época, a distribuição de conteúdo online não era tão sofisticada, mas alguns jornais costumavam publicar essas listas na edição impressa.
Assim, todos os dias, o The Wall Street Journal publicava a lista dos cinco artigos mais lidos no dia anterior. E aí, depois de analisar esse material, fiquei fascinado pelo que vi. Era uma fonte de dados perfeita para estudar o motivo de algumas são mais compartilhadas do que outras.
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E qual foi a conclusão? Por que alguns conteúdos são mais compartilhados do que outros?
Existe uma ciência por trás do conteúdo viral, com seis fatores que levam as pessoas a comentarem e compartilharem. Para facilitar a compreensão, eu uso a sigla STEPPS [de steps, que significa passos em inglês], que representa seis fatores: Moeda Social, Gatilhos, Emoção, Público, Valor Prático e Histórias. São eles que influenciam a “viralização” de um conteúdo nas redes sociais e na internet.
O que são esses fatores?
Moeda Social é a ideia que as pessoas tendem a falar mais sobre algo que as fazem parecer melhor e mais espertas, que as fazem se sentir especiais. Gatilhos são porque achocolatado nos faz pensar em leite, sabe? Associações faz com que haja mais boca a boca. Emoção surge conforme você fizer que as pessoas se sintam bem dispostas, animadas, ou mesmo sintam algo negativo em relação ao conteúdo.
Com isso, mais elas tendem a passar o conteúdo para frente. Público é a ideia de que fazer com que um comportamento seja mais observado, para que ele seja imitado, faz com que sua ideia tenha mais chances de pegar. Quando algo tem Valor Prático, quando é útil, as pessoas compartilham com as outras, para ajudá-las. E, por último, Histórias fazem com que seu conteúdo seja envolvido numa narrativa que leva a pessoa numa viagem.
Estes fatores podem ser aplicados à qualquer conteúdo? Afinal, recentemente, vários políticos, como Donald Trump e Dilma Rousseff, usaram memes e conteúdo viral para ajudar nas campanhas.
Sim. Independente do que você pensa das políticas de Trump, ele usou muito das STEPPS para fazer suas ideias pegarem. Ele usou a influência de emoções inflamatórias como raiva e ansiedade, e compartilhou histórias em vez de fatos para levar pessoas à ação em sua campanha presidencial.
Comparando os dias de hoje com o começo da sua carreira, o que mudou na viralização de conteúdo?
Hoje há mais atenção do que nunca. Por isso, o mais importante é focar na psicologia e entender porque as pessoas comentam e compartilham. Pense em um vendedor ou em um profissional de marketing: eles estão sempre buscando novas ferramentas para atrair a atenção das pessoas, mas assim que os consumidores se dão conta que estão tentando vender alguma coisa, eles reagem negativamente à mensagem.
Eles se afastam e param de prestar atenção, ou se irritam e gostam ainda menos do produto. É a mesma coisa que acontece quando os pais falam para os filhos comerem verduras. Por isso, o boca a boca orgânico é muito mais eficaz. As pessoas sabem que os amigos não estão tentando vender algo, então eles escutam o que os amigos têm a dizer ou mostrar, seja qual for o conteúdo.
OBS: com certeza você pode usar
Fonte: PEGN - Foto: Estadão
Postado por: Dicas de Negócios PME e PortalG2 - http://portalg2.com.br
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