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Paul Malicki, sócio e CEO da Flapper (Foto: Divulgação)
A moda do transporte via aplicativo pegou. E, além dos carros, das bicicletas e dos patinetes, começa a crescer o mercado de aviões executivos. Quatro empreendedores que investiram nessa ideia agora criaram a startup Flapper, que permite a reserva de assentos nos aviões via aplicativo, e já encontram bons resultados na operação.
A ideia do "Uber da aviação executiva" foi concebida em 2016 por Arthur Vizin, Iago Senefonte e William Oliveira, três colegas de trabalho da fintech russa Qiwi, e botada em prática com o convite a um quarto membro: Paul Malicki.
Ele é polonês e está no Brasil desde 2013. Veio atuar a princípio como chefe de marketing da Easy Táxi e foi chamado para ser sócio e CEO da Flapper.
Além da possibilidade de investir recursos próprios no desenvolvimento do projeto, uniu os quatro executivos a percepção de que o mercado aéreo brasileiro, de enorme potencial, ainda é pouco explorado – sobretudo nos voos privados, segundo eles.
“É muito difícil achar serviços de qualidade por aqui. Ou até mesmo assentos de primeira casse. O Brasil tem 2450 aeroportos, e apenas 121 têm linhas regulares de táxi aéreo”, diz Malicki.
Assim como nos aplicativos de mobilidade urbana, na Flapper, o usuário seleciona rapidamente origem e destino, além da forma de pagamento. E como acontece em aplicativos de carros, nenhum avião do serviço pertence à Flapper – eles são fretados pela startup de serviços de táxi aéreos.
Uma diferença entre a Flapper e apps "terrestres" é a necessidade de o cliente definir um horário e o número de assentos que serão usados.
Por enquanto, estão disponíveis apenas trechos envolvendo a cidade de São Paulo e três municípios no Rio de Janeiro – a própria capital fluminense, Paraty e Angra dos Reis. Mas a startup, que acaba de comemorar a marca de 100 mil downloads de seu aplicativo, já está para iniciar operação também em Belo Horizonte.
A Flapper permite reserva de assentos em voos compartilhados ou o aluguel dos próprios aviões para uso particular (Foto: Divulgação)
Há também a possibilidade do aluguel do próprio avião ou helicóptero para uso exclusivo. Assim, mesmo quem não é operador de táxi aéreo pode disponibilizar sua aeronave no aplicativo para terceiros utilizarem. Nesse caso, no entanto, é feita apenas uma cotação dos valores, com base na origem e no destino selecionados.
Os desafios
Apesar de estar trabalhando em um mercado de grande complexidade e dependente de um público de alto poder aquisitivo, a Flapper atraiu o interesse de investidores que enxergaram potencial no negócio.
A aceleradora ACE foi a primeira a injetar recursos na empresa, e, no meio do ano passado, foi a vez da gestora brasileira Confrapar e do fundo de venture capital Travel Capitalist Ventures liderarem uma rodada de investimentos de R$ 3 milhões.
Isso porque, apesar do serviço ser elitizado, há um grande público a ser captado. Mais precisamente 2,7 milhões de brasileiros, segundo a estimativa feita pela empresa.
Apesar de haver oferta, Malicki afirma que é possível reduzir os preços nas chamadas “pernas vazias”, que ocorrem quando o avião vai a um destino e volta vazio para a sua base. Neste caso, a Flapper oferece trechos com até 50% de desconto – que são esgotados rapidamente, diz o CEO. Assim, a viagem entre São Paulo e Angra dos Reis pode acontecer por cerca de R$ 300, dependendo do modelo de aeronave disponível.
Desafios
De acordo com Malicki, um dos desafios de sua startup é mostrar que os aviões utilizados pela Flapper são seguros. “Os clientes não sabem a diferença entre os modelos de aviões. Temos que mostrar que o serviço não apenas é seguro, mas que voa para um destino que seria difícil chegar com rapidez e conforto de outra forma”, diz o empreendedor.
São 155 as aeronaves integradas ao app, todas certificadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Com esse trabalho de convencimento ainda em progresso, a rentabilidade da operação é outro desafio, já que a Flapper freta os voos e então comercializa os assentos separadamente. Apesar disso, a companhia vem conseguindo lotar algumas rotas, como o da rota São Paulo-Angra dos Reis. “Temos taxa de aproveitamento de assentos de 90% nesse trecho”, diz.
Em outros, como entre as capitais carioca e paulista, a competição com ponte aérea faz com que a operação não seja rentável, afirma Malicki.
Em 2018, a Flapper transportou 4 mil passageiros. A empresa não abre seu faturamento, mas diz que seu serviço movimentou, no ano passado, R$ 7 milhões em toda a cadeia envolvida.
Futuro
Há quase seis anos atuando no Brasil, Malicki tem a experiência de ter sido conselheiro de empresas de tecnologia como Mastercard e Farfetch. Com passagens profissionais por oito países, ele já foi ranqueado entre os principais executivos da tecnologia com menos de 30 anos pela Forbes.
O CEO se diz otimista não só com o futuro da Flapper, mas também em relação ao ambiente de empreendedorismo no país. “Parei aqui e não saí mais, porque vejo o país com um potencial enorme nesse mercado de aviação executiva. E porque está sendo criado um grande ecossistema de startups e investidores”, observa.
A principal aposta de Malicki para expandir o serviço da Flapper é integrá-lo a fontes externas de reservas, como agências de viagens e buscadores online, para que mais pessoas tenham acesso. E, no futuro, um sistema de assinaturas por um valor fixo e uso livre do sistema também deverá ser integrado.
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Fonte: PEGN - Fotos: Divulgação
Postado por: Dicas de Negócios PME e PortalG2 - http://portalg2.com.br
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